sexta-feira, 9 de julho de 2010

SILAS FERREIRA ENVIA REFLEXÕES AO GT DA COMISSÃO DE TRANSPORTES, POLÍTICA URBANA E INFRAESTRUTURA DA TRIBUNA DEMOCRÁTICA

Por Silas Ferreira

Tenho acompanhado as ponderações dos companheiros e companheiras numa reflexão futurista, voltada para a região noroeste da Cidade de São Paulo. Considerando uma escala de 10 anos, envio ao GT os apontamentos que abaixo escrevo, num discorrimento um pouco sobre conteúdos e outro tanto sobre concepções.

Em poucas palavras, sugiro reflexão pontual quanto ao desenvolvimento social e econômico que será
primordial para a politica da empregabilidade, e assim, para elevar a autoestima da nossa população regional em cada distrito das nossas quatro subprefeituras que se encontram do lado de cá do Rio Tietê. Mas, como já disse que abordaria também um pouco de concepção, a questão central parece-me tanto o foco quanto o método.

Pois bem, existe uma briga paternal sustentada por alguns políticos na nossa região que vem misturando intencionalmente os assuntos legitimidade, legalidade e direito político de expressão e  opinião. Alguns representantes da democracia representativa tem tentado desqualificar o direito de voz que a Constituição garante à cidadania brasileira desde 1988, sob a figura da democracia participativa.

A questão é que estavamos desacostumados de pensar nossa vida comunitária, social, econômica e política com foco no futuro e de forma abrangente e consequente. Essa iniciativa do GT da Tribuna Democrática reinaugura um olhar de vanguarda, ao lado de outras organizações importantes da nossa sociedade civil macroregional. Temos deste lado do rio uma subdistrital da Associação Comercial, uma Associação dos Advogados. E se Deus quiser em breve poderemos contar com uma Subseção da OAB na região do Fórum Digital Nossa Senhora do Ó. Temos organizações religiosas das diversas denominações, trabalhadoras e trabalhores de todos os ofícios, micro-empresários, Lyons Clubs, Rotaris, associações esportivas e de cultura, Consegs, associações de bairros e ONGs em diversos campos de missão, etc.

Enfim,  um planejamento sobre a tendência que vislumbra revolver nossa região pede uma avaliação não só governamental, legislativa, partidária, mercantil, etc, mas também, necessariamente, pede uma avaliação crítica do conjunto da sociedade civil macroregional e re-unida em torno de novas agendas de políticas públicas, sociais e econômicas.

Temos que exigir duas agendas políticas em nossa região, sendo uma de malhoria dos serviços e acessos públicos e outra para a ampliação e expansão infraestrutural. Uma para o agora e outra para o amanhã. O novo milênio com toda a sua fluidez tecnológica e científica exige que a gente aprenda a gerenciar melhor o presente e ao mesmo tempo planejar e administrar com sabedoria o futuro.

Chegamos então à conclusão de que nossas agendas macroregionais são agendas conjuntas e ao mesmo tempo separadas por suas distintas necessidades sociais, políticas e econômicas. Esse adendo na reflexão é procedente porque uma carta desenvolvimentista macroregional para a nossa querida região noroeste tem que ir para além de promessas eleitorais. Isso porque temos antecedentes de promessas políticas que se mostraram vãs e sem continuidade. Mais do que promessas de governos, temos que exigir projetos de Estado, pra que tenham continuidade pós-eleitoral.

Temos de perguntar, por exemplo, o quanto todo o desenvolvimentismo previsto para a nossa região trará concretamente de beneficio e oportunidades para a nossa população, tantos aos jovens quanto aos pioneiros e pioneiras que foram as primeiras pessoas a amassar barro por essas bandas à trinta ou cinquenta anos atrás. Mas essa indagação não pode servir de entrave para o andamento dos planos. A questão é ficar atento pra não sermos "bobos da corte" nem agentes do ceticismo ou do atraso.

Sem deixar de discutir solução para futuras melhorias e talvez também para futuros contratempos, como poderemos medir o custo beneficio de cada ação ou conjunto de ações como, por exemplo, as obras do Trecho Norte do Rodo Anel que já não se trata apenas de projeto, pois está em efetivo andamento. As linhas 6 e 16 do Metrô, pelas promessas do governo, embora que tenha tido maior ênfase nas datas eleitorais, parece ser hoje mais fotografia do que rascunho. E o Projeto Piritubão que já entrou até na pauta bilateral da Prefeitura de São Paulo e da FIFA. Alem disso, o que dizer do "Trem bala", que talvez não tenha paradas por aqui, mas se o projeto for consumado, o traçado atravessará em algum algum ponto nossas terras?

Sendo assim, a Tribuna Democrática inova nesse olhar de vanguarda que a sociedade civil expressa, que se distingue claramente da retórica governamental, legislativa, partidária, dos meios de comunicação de massa e  das bolsas de valores, sem desqualificar é claro, nenhum desses agentes políticos, sociais ou econômicos, mas se autoenchergando, a Tribuna Democrática, enquanto sujeito legítimo e natural da democracia participativa, que emerge na região noroeste da Cidade propondo uma agenda política da sociedade civil diferenciada em alguns aspéctos pontuais e específicos, da agenda viscosa da democracia representativa que acha que pode despejar eloquências goela abaixo da sociedade civil.

A sociedade civil não são os meios de comunicação, a sociedade civil é a população. Os representantes de governos, sejam eles da situação ou de oposição, enquanto tais, não falam como sociedade civil. Falam como governos. Os legisladores, sejam deputados estaduais, deputados federais ou vereadores, pela mesma forma, embora sejam representantes legítimos e legais da sociedade em geral, eleitos pelo voto democrático, especificamente, no campo dos papeis essenciais que corroboram, não desdizem unilateralmente os sonhos, desejos e necessidades da sociedade civil.

Pois bem, o debate da Tribuna Democrática no foco da sociedade civil como sujeito coletivo deve tratar de objetos concretos e também de concepção. O que tem sido a sociedade civil? Como ela tem se percebido na arena do jogo político, econômico e social na região noroeste da Cidade de São Paulo? Acho que o projeto da Carta da Tribuna inaugura junto à sí outra necessidade: a redefinição de quem somos nós enquanto sociedade civil? Qual é o nosso papel social, econômico e político na arena dos partidos políticos, dos aparatos do Estado e dos poderes midiáticos, industriais e financistas? Por mais que queiramos simplificar o debate é complexo e é aí que se encontra, talvez, a face mais majestosa da propositura da Tribuna Democrática.
Obrigado!


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TRIBUNA DEMOCRÁTICA DE OPINIÃO POLÍTICA DA REGIÃO NOROESTE DA CAPITAL/SP.

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